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Escadas Rolantes

Na minha terra costuma dizer-se: Quando a merda chega à ventoinha, ficam todos cagados!

Escadas Rolantes

Na minha terra costuma dizer-se: Quando a merda chega à ventoinha, ficam todos cagados!

13
Jul12

Os Super Poderes

escadas

 

 

Por vezes, dou por mim a pensar na história daquele individuo, que ia a passear na rua, quando, ao constatar a existência de uma pequena embalagem de cigarros esquecida no meio da calçada, resolveu afinar a pontaria futebolística.

Toma balanço, alça da perna e…antes que se fizesse ouvir o grito de golo, eis que um sonoro “PORRA, QUE MERDA É ESTA?”, se fez ecoar por toda a rua.

De facto, o pacote de cigarros não estava vazio e no seu interior tinha sido guardada uma valente e negra pedra, mais parecia um pedregulho, daqueles que até apetece levar para casa e guardar no parapeito da janela!

 

Mas a história não acaba aqui.

O mesmo individuo, aventurou-se na mesma rua dias depois. Ao descer a calçada e comentando com as pedras da dita, a má sorte de que tinha sido acometido anteriormente, reparou que um pouco mais à frente se encontrava “esquecida” no chão, uma pequena caixa de cartão.

A tentação falou mais alto e pensando nas palavras de Heraclito Éfeso, o qual afirmava que “a mesma água nunca passa duas vezes por baixo da mesma ponte” aventurou-se numa tentativa de revanche “política” e sem pedir licença, alçou da perna canalizou toda a sua ira para o ténis Adidas branco do pé direito e pisou com quanta força tinha a pobre da caixinha de cartão!

Azar dos azares! A caixa não tinha nenhuma pedra, mas guardava no seu interior a bela de uma poia tipo bosta, ainda fresca e acabada de ser produzida por espécimen canino, talvez de raça Old English Sheepdog (coisa fina). 3 semanas depois deste episódio, o atacador do sapatinho branco, ainda emanava a “perfume ão-ão” e nem o programa rápido da máquina de lavar a roupa conseguiu alguma vez fazer desaparecer a imagem degradante do nosso individuo a ir para casa ao pé coxinho com um sapato no pé e o outro na mão, mas bem afastado da cara, claro!!

 

Perguntar-me-ão, mas essa história aconteceu? Claro que não, inventei-a agora mesmo, mas é um excelente desbloqueador de conversa e serve na perfeição, para ilustrar um dos maiores problemas com que a nossa sociedade se depara; OS PEQUENOS PODERES.

 

Esqueçam os tipos os SIED, da Judiciária, ou do Governo! Estas pessoas não são nada sem a funcionária (sim, normalmente é uma senhora) que faz o café todos os dias!!

A D. Inácia, tem o poder de fazer o único café que é capaz de acordar um morto e transformar em ouro um energúmeno que começou o dia por ser um calhau! A D. Inácia é detentora de um poder bom, isto se um dia não lhe passar pela cabeça de diluir na chicória, meia caixa de Xenical, mas há outros poderes esses sim preocupantes.

 

Que dizer daquele funcionário de uma empresa de segurança, que por ter uma farda nova (e o cabelo rapado claro) se acha o novo “He-man Defensor do Universo”. Neste caso a sua “Excalibur” é substituída por um auricular tipo Casa Sonotone, com o qual está sempre a interagir, independentemente de ter uma fila de 5 ou 6 pessoas à sua frente aguardando por uma qualquer informação.

O pináculo da coisa, dá-se quando o nosso “justiceiro” levanta a mão em sinal de respeito, para a fila de incautos mortais que anseia por uma resposta ou autorização, e em simultâneo vocifera para o aparelho que lhe ocupa a face direita desde a orelha até á ponta do lábio: REPITA; POR FAVOR, NÂO ESTOU A COPIAR, REPITA POR FAVOR!

E não adianta pedir ao “biónico segurança”, alguma celeridade no desempenho das suas funções. Do outro lado da linha deve de estar alguém do MI6, ou mesmo do NCIS, talvez seja mesmo Daniela Ruah, de quem tem alguns posters colados atrás de si!

Por esta altura a fila já aumentou para 9 pessoas, a impaciência aumenta, na mesma proporção do “espectáculo” que o segurança teima em continuar a representar e ao pedido lancinante de um comum e “estúpido mortal” para que a coisa se resolva porque há gente à espera, eis que se faz ouvir por detrás do pequeno vidro que o separa da realidade; Calma! Não vê que estou a trabalhar????

 

Os pequenos poderes estão instalados na nossa sociedade, minam a nossa paciência, e têm como único objectivo, evitar que alguém, qualquer pessoa, consiga atingir os seus objectivos.

Desde o funcionário das Finanças que olha para nós com aquela cara inquisitória como que a dizer; “Eu sei o que fizeste no Verão passado” e que como tal, acha que só resolve o nosso problema, se e quando lhe apetecer… passando por aquele jornalista, que apesar de não perceber nada daquilo que diz e escreve, acha que deve continuar a “chafurdar” (como os porcos) na vida dos outros. Como tem acesso a um pasquim que lhe dá tempo de antena porque precisa de vender papel, acha que é um novo “Wolverine” e com os seus colegas, fazem parte da irmandade dos X-Men!

O poder destes indivíduos é enorme e quase ilimitado. Por muitos disparates que escrevam é extraordinariamente difícil conseguir que se retratem, preferindo sempre optar pela via da difamação em vez da informação. Neste caso, a incompetência assume níveis alarmantes e é muitas vezes camuflada pelos gritos lancinantes que são publicados na primeira página.

Eu explico melhor. Tome-se este exemplo; “Bebé de 3 meses mata mãe à dentada” O autor deste título, teve uma infância solitária e infeliz. A mãe nunca o amentou, no infantário, chorava pelas chuchas dos outros meninos e quando entrou para a escola, o facto da professora o ter colocado na ultima fila, em nada contribuiu para diminuir a falta de visão que entretanto foi criando. Aliás, foi o facto de lhe chamarem caixa de óculos que o fez enveredar por uma profissão onde pudesse fazer “cachas”. Só faltou uma coisa; ser inteligente!

 

Mas nada disto se compara com o poder dos poderes, aquele que emana energia para além do admissível, falo-vos do poder do nosso chefe!

Ao pé dele, o empregado do restaurante que teima em deixar para trás o nosso pedido, fazendo-nos esperar e desesperar por um bitoque, é um menino do coro!

O nosso chefe, não é o senhor director, nem o senhor presidente, o nosso chefe é aquele senhor que veste dos pés à cabeça no Giovanni Gallli, só ouve música clássica, apesar de não fazer ideia do que está a ouvir, comprou um Toyota Prius, porque faz bem ao ambiente, mas quando reparou no parque automóvel lá da empresa, trocou-o rapidamente por um Mercedes.

O nosso chefe não lê (também não sabe escrever) mas tem uma resma de livros na mesinha de cabeceira e faz questão de ter em exposição no seu gabinete um exemplar de “O Arquipélago da Insónia” de António Lobo Antunes!

O nosso chefe é o pináculo da chatice, o arquétipo da imbecilidade, o paradigma da incompetência! Nada faz, nada diz, mas tem o supremo prazer de dizer não, a toda e qualquer tentativa de produzir algo novo, algo inovador, algo produtivo.

A geometria para este cidadão resume-se ao… quadrado! 4 ladecos rigorosamente iguais, para não destoar, 4 cantos idênticos entre si, para não termos surpresas!

O nosso chefe acha-se o novo “Cosmic Boy”, o líder incontestado (acha que nasceu para isso), o defensor dos usos e dos bons costumes. Para o nosso chefe, João César das Neves é a personificação de Cristo na Terra e o seu imperial sonho é estagiar com Vasco Pulido Valente!

O nosso chefe não existe, apenas ocupa um lugar. Não produz, não cria, apenas respira e por isso mesmo está a usar indevidamente o ar, que é de outro!

E é com “isto” que nós temos que lidar todos os dias. É com “isto” que a maioria das nossas empresas são feitas.

Quantos de vós já viram um chefe assim?

 

Agora imaginem se este chefe um dia chega ao Governo…

 

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