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Escadas Rolantes

Na minha terra costuma dizer-se: Quando a merda chega à ventoinha, ficam todos cagados!

Escadas Rolantes

Na minha terra costuma dizer-se: Quando a merda chega à ventoinha, ficam todos cagados!

16
Abr15

VAMOS LÁ A VER SE NOS ENTENDEMOS

escadas

Os jornais de referência, com especial destaque para os económicos, têm feito eco à felicidade que reina nas hostes sociais-democratas, assim que foram conhecidas as previsões do FMI para Portugal.

Os títulos variam entre “Portugal cresce” e “Portugal cresce”. Sinceramente, não sei como é que nenhum deles titulou “Portugal, o melhor do Mundo”. Verdade seja dita que eu de economia não percebo nada, mas ainda sei contar dois mais dois e por isso dei-me ao trabalho de ver com mais pormenor as ditas previsões.

O FMI prevê um crescimento do PIB para este ano, de uns fabulásticos 1,6%, percentagem que para os mais entendidos, representa qualquer coisa como 7.000 novos postos de trabalho!

Há muitas décadas que não se verificava um crescimento destes, uma vitória portanto!!!

(De 2012 a 2014, a economia perdeu 400 mil empregos e a recessão acumulada real foi de 6,6%)

Mas se para 2015 as coisas parecem ir de vento em popa, já para 2016, os números do FMI apontam para…1,5%. Se os valores para este ano eram fantásticos, os do próximo arriscam-se a ser, alucinantes!

pib.png

 

Qualquer economista recém-licenciado, sabe que a economia de um País só cresce, sócria riquezae consequentemente, postos de trabalho, com um PIB superior a 2%, até Cavaco já referiu isso. Assim sendo, estas previsões representam o quê?

Mas continuemos pelo reino do FMI…

Relativamente à taxa de desemprego, os especialistas, apontam para um valor à volta dos 13,1% para este ano e…como o PIB desce para 2016, o desemprego também desce (!!!)para 12,6%.

Números verdadeiramente extraordinários!

desemprego.png

 Já em relação ao excedente da balança de conta corrente (dependência com o exterior), os valores variam entre os 0,6 para este ano, subindo para 1,4 em 2016 e descendo para 1% no ano seguinte.

Resumindo - Portugal terá um défice de 3,2% este ano, acima dos 2,7% prometidos pelo Governo do PSD.

Esta é a fantástica realidade que faz com que os nossos actuais governantes, não caiam em si de contentes!

Por estes dias, vamos ser “inundados” com postais ilustrados de locais paradisíacos e promessas de um futuro repleto de leite e mel. Mas esta Canaã social-democrata, está longe, muito longe de ser uma realidade, e nem Passos Coelho é nenhum Moisés dos tempos modernos.

A verdade é que estamos todos lixados.

A verdade é que esta gente, depois de nos ter enviado para as “trevas”, não faz a mínima ideia de como é que nos tira de lá!

 

10
Out12

Enganos

escadas

“Mais do que em qualquer outra época, estamos hoje numa encruzilhada. Um dos caminhos leva à catástrofe e ao mais terrível desespero. O outro, leva à extinção total. Vamos rezar para que façamos a escolha certa".

Esta citação de Woody Allen, é o ponto de partida para a reflexão que vos proponho hoje.

 

Há coisa de 3 anos, mais ou menos, fomos invadidos com a ideia de que o Mundo tal como o conhecemos, estaria em risco de acabar. As crianças deixariam de brincar, as flores de crescer e até as promoções do Pingo Doce corriam o risco de desaparecer. A única solução para este holocausto civilizacional, estava na administração massiva da vacina da gripe A!

A esperança de toda uma civilização, residia, na picada mágica de uma solução aquosa, produzida algures num laboratório de produtos farmacêuticos.

Sucederam-se as campanhas de sensibilização, e em menos de nada, Portugal foi inundado por pequenas caixas de plástico que continham um líquido azul, próprio para lavar e desinfectar as mãos, sempre que estas estavam em contacto com o ar ou com outros seres igualmente promíscuos. Os Centros de Saúde transformaram-se em SAG (Serviços de Atendimento à Gripe), criou-se um gabinete de crise que dava Conferências de Imprensa diariamente e os números da catástrofe eram actualizados de hora a hora. O espirro estava na ordem do dia e todo um País foi mobilizado, para este desígnio internacional e que visava fazer frente a essa calamidade planetária.

Só o Estado português foi obrigado, sim obrigado, a comprar 3 milhões (numa primeira fase, 6 milhões no total) de vacinas num montante aproximado de 45 milhões de euros!

Bem…passados 3 anos, veio a saber-se que afinal tudo não passou de um erro de cálculo, de uma má interpretação dos dados, de uma análise exagerada, enfim… uma trapalhada.

Resultado desta “embrulhada”, deste embuste: qualquer coisa entre 330 a 500 milhões de euros e ainda a redução do Produto Interno Bruto (PIB) nacional entre os 0,3 e os 0,45 por cento, ou seja, entre 490 e os 740 milhões de euros.

 

Dois anos depois desta constipação nacional, os portugueses acordaram um dia de manhã com a campainha da porta a dar sinal de vida.

Estremunhados e ainda com os olhos cheios de ramelas, sinal de que a noite tinha sido agitada, os portugueses, lá foram ver quem era. Debaixo da soleira da porta estava um grupo de senhores de fato e gravata, que transportavam meia dúzia de folhetos debaixo do braço e uma mala a tiracolo.

Somos portadores de uma mensagem divina, foi a frase que despertou definitivamente os pobres portugueses.

Os portadores da “boa nova” encheram a cabeça dos incautos, com promessas de um Mundo novo, no qual o “demo” não fazia parte. Um Mundo no qual a gula e a devassa eram substituídas pela abundância e a prosperidade.

Promessas de Vida eterna, num Mundo laranja é certo, mas sem deixar de ser eterno!

Os portugueses deixaram-se catequisar por esta promessa de viver para sempre no paraíso terrestre e entregaram todos os seus bens, para administração suprema!

Uma vez mais (esta malta não aprende) e em menos de um ano, os portugueses constataram que tinham sido enganados, perceberam que esta nova “religião” mais não era do que uma modesta e fraca representação onírica de um grupo de gentios, ansiosos por ocupar um qualquer “altar-mor”.

 

E como não há duas sem três, temos a história final da formiga e da cigarra!

Como todos devem estar lembrados, a receita aplicada a Portugal e preconizada por todas as grandes sumidades nacionais e internacionais, para combater o “elevado” défice, foi e continua a ser, o aumento da carga fiscal, como forma de diminuir rapidamente um suposto buraco orçamental.

Curiosamente, foi a mesma Europa que em 2008 propôs aos estados membros que aumentassem a divida publica por forma a concentrarem as energias no investimento público, como forma de combater o desaceleramento económico, o desemprego e a bolha inflacionária que então atravessava a europa. Portugal assumiu esse desígnio, tal como a Espanha, Itália, França, etc. Mas isso é matéria para outra reflexão!

Voltemos à nossa estória. Em 2011 e em plena escalada da especulação financeira, os técnicos europeus, assumiram que o problema português estava no elevado défice e na consequente falta de credibilidade dos ditos “mercados”.

Solução? Cortar, cortar, cortar!

Pouco mais de um ano depois, Portugal assiste a uma das maiores crises económicas e sociais de sempre. A diferença entre razão de ser e razão de existir, limita-se a uma mera linha estatística e as contradições sucedem-se a um ritmo nunca visto. O que hoje é IMI,. Amanhã já é IRS, se hoje é TSU para a semana é INE e por aí adiante…

Mas alegrem-se as mentes mais incrédulas, os senhores do FMI já vieram dizer que afinal se enganaram. Sim enganaram-se!

E agora?

Fazemos rewind ao sistema?

Vamos ser indemnizados?

Os responsáveis pelos erros vão assumir as culpas?

E de uma vez por todas, vamos deixar de acreditar em histórias da carochinha?

 

Chegou a hora de começarmos a pensar pela nossa cabeça.

Nesta encruzilhada, a opção não pode ser entre uma “mão cheia de nada” e uma “cheia de coisa nenhuma”.

Tem que haver uma alternativa, e essa começa por sermos nós a trilhar o nosso próprio caminho, sem equívocos, sem enganos!

De uma vez por todas, façamos a escolha certa!

 

 

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