A Insustentável Leveza do Macaco
Já houve alturas em que eu pagava para ter um debate político com Paulo Rangel.
Rangel é daquelas personalidades que desperta em mim o que tenho de pior. Com o tempo comecei a achar que a haver esse debate, ele poderia acabar comigo a fazer uma imitação barata de Sérgio Conceição em dia de clássico com o Sporting e isso em nada dignificaria a política portuguesa, a qual já está suficientemente conspurcada com as frases e atoardas de Rangel.
Quando olho para Paulo Rangel fico sempre na dúvida sobre a pessoa que contemplo; umas vezes faz-me lembrar a minha infância e os momentos mágicos que vivia na praia da Nazaré quando a nossa manhã era surpreendida com a presença dos fantoches “Robertos”. Rangel tem algo de “Roberto”, se bem que desconheço a existência de alguém que lhe enfie a mão por baixo para o manobrar, não creio…
Outras vezes, este candidato do PSD faz-me lembrar a minha tia Ermelinda. A Tia Linda, como os mais novos muito jocosamente gostavam de lhe chamar, era um portento da natureza e apesar dos seus 134 kg não permitirem subir escadas ao mesmo ritmo que nós, isso não a impedia de vestir um pequeno biquíni e passear alegremente ao longo da Costa durante as manhãs de Agosto. Rangel é um pouco disto também, tem matéria a mais para tanto corpo.
Discutir com Paulo Rangel é como ir a um Parque de Diversões pela primeira vez, nunca se sabe o que encontrar e que tamanho terão as filas para cada diversão.
Há uma áurea de mistério que envolve Paulo Rangel e não tem a ver com o facto de ser o escolhido para cabeça de lista, como se naquele partido não existisse ninguém melhor que ele. Essa imprevisibilidade prende-se com o facto de nunca se saber como irão acabar os debates; que tipo de pedra polmes arremessará ele desta vez…
Há no entanto uma coisa a qual podemos contar. Quando as coisas começarem a correr para o torto, Paulo Rangel irá a correr fazer queixinhas à professora vociferando debaixo das suas saias: Pssôra pssôra, aquele menino tirou-me os meus macacos do nariz!!!