NOVO CARTAZ
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Por estes dias corre tinta (muita diga-se de passagem) sobre as mulheres vítimas de violência doméstica. Os militantes da demagogia eclesiástica, já vieram a terreiro bradar cobras e lagartos contra o Estado (entenda-se O GOVERNO) que uma vez não cuidou ou protegeu os seus cidadãos.
Talvez assim seja, talvez o Estado essa instituição omnipresente devesse, qual Deus na Terra, estar em todo o lado. Não digo que não. O estado Social já viu melhores dias é um fato, mas…e a justiça, a nossa justiça? Qual o contributo que tem dado para que a morte violenta de mulheres se transforme numa banalidade mundana e alvo da cobiça dos Correios da Manhã deste mundo?
É verdade que muitas mulheres se sentem cada vez mais desesperadamente sós. É verdade que a busca de soluções leva muitas vezes a respostas estremas, mas também é verdade que os tribunais e os juízes que neles trabalham têm contribuído para uma certa impunidade que perpassa em Portugal.
São inúmeros os casos de sentenças que mais parecem homilias do “santo ofício” e que teimosamente continuam a identificar as mulheres como as únicas causadoras dos tormentos porque passaram.
Somos uma sociedade de marialvas. Frases como “Estavas mesmo a pedi-las…” ou “com essa roupa estavas á espera de quê?” refletem bem um léxico que faz parte do imaginário masculino, não admira por isso que juízes como Neto Moura olhem para um bom par de pernas e se instrospecionem: “pois…estavas mesmo pedi-las…queixas-te de quê agora???”.
Sejamos claro, o Senhor Juiz Neto Moura pode pensar assim, é um direito que lhe assiste. O que não se compreende, é como é que este tipo de atuação passa incólume sem que nada lhe aconteça.
Este senhor juiz, depois de tudo o que foi dito e escrito, vai continuar a julgar os seus semelhantes e isso é que inaceitável.
Tomei conhecimento de uma história que aconteceu há pouco tempo. Ricardo Salgado decidiu ir jantar fora com a família. Ao entrar no restaurante foi recebido por uma “orquestra” de talheres a tinirem em copos de vidro. Ao que consta a “manifestação” abrangeu todos os clientes do restaurante. O barulho e o incómodo foi tal, que Ricardo Salgado se viu obrigado a ir embora. Achei curiosa esta reação e eu próprio se estivesse lá teria aderido ao “concerto”, por isso mesmo pergunto:
E se os portugueses começassem a ir para a porta do tribunal onde esse senhor juiz trabalha e munidos de tachos e panelas fizessem a mesma coisa?
(dá que pensar)
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