Yes mr. Minister
…e de repente toda a gente é entendida em assuntos europeus, mesmo aqueles que nunca votaram para o dito parlamento.
De repente toda a gente acha que os ingleses estão malucos (ou talvez não…).
De repente toda a gente se acha no direito de ser um Nuno Rogeiro!
Qué isso??? Nuno Rogeiro só há um e esse, ainda não eram oito da manhã já tinha a certeza de que David Cameron tinha atrasado a sua declaração ao Reino, porque estava ao telefone com o Presidente da China, depois de ter falado cm o Presidente da União Europeia e com Obama (não se percebe porque é que não falou com Durão Barroso e com Michel Temer).
Nuno Rogeiro sabe, tem certezas, tal como Ricardo Costa e a esmagadora maioria dos recém-criados analistas políticos. Esquecem-se no entanto estes “iluminados” que este “Brexit” não aconteceu ontem.
Esta fuga para a frente teve o seu início, no mesmo dia em que o Reino Unido se recusou a fazer parte da moeda única. O que aconteceu ontem foi apenas o culminar de uma arrogância insular, caracterizada por David Cameron em conluio com os responsáveis das instâncias europeias. É bom não esquecer, que o ainda (até Outubro ao que parece) primeiro-ministro inglês, ganhou as ultimas eleições com um discurso do mais populista que se tem visto, prometendo entre outras coisas, a realização do referendo que veio a perder!
A pergunta que todos fazem agora é; e como é que isto foi possível?
Eu respondo com a mesma sapiência que caracteriza José Manuel Fernandes; os políticos europeus têm sobrevivido ao longo destes últimos anos, olhando apenas para o umbigo uns dos outros (diga-se em abono da verdade que na maior parte dos casos, só olham para o seu…).
A participação cívica nos atos eleitorais que definiram o atual parlamento europeu e as instituições que o regem tem sido francamente deplorável se não mesmo dececionante. Os europeus há muito que se divorciaram destes políticos.
A europa da coesão e da solidariedade de Jean Monnet e Jacques Delors, deu lugar a uma sociedade de capital misto com interesses em paraísos fiscais e em sociedades de capitais de risco!
A isto tudo, junta-se uma Inglaterra que viveu sempre da mama europeia.
A culpa é apenas deste senhor Cameron? Claro que não. A culpa é da senhora Thatcher, do senhor Blair e de tantos outros autocratas que se têm auto glorificado à nossa custa. Hoje foi o Reino Unido (ou Desunido como alguns já lhes chamam), amanhã será a Dinamarca e a Holanda.
Em vez de meditarmos sobre isto, talvez seja esta a hora de tomar medidas concretas, como por exemplo, perguntar a toda a gente e de uma vez por todas:
QUEM QUER PERTENCER A ESTE CLUBE?
P.S. este não é o primeiro referendo britânico à permanência na União europeia. Em 1975 Harold Wilson promoveu um, tendo ganho o sim com a expressiva margem de 67%