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Escadas Rolantes

Na minha terra costuma dizer-se: Quando a merda chega à ventoinha, ficam todos cagados!

Escadas Rolantes

Na minha terra costuma dizer-se: Quando a merda chega à ventoinha, ficam todos cagados!

27
Nov15

REALIDADE PARALELA

escadas

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Tal como muitos de vós, também eu estive atento ao discurso que Cavaco Silva ontem proferiu na tomada de posse de António Costa e do XXI Governo Constitucional.

Já muito se disse sobre as palavra ocas e bafientas, com que o chefe de estado resolveu abrilhantar a cerimónia. Tentei relativizar o sentido telúrico das mesmas, mas por mais que tente, não me sai da cabeça um dos episódios mais caricatos da nossa História recente.

Estávamos em 1968…

 

Salazar já tinha caído da cadeira e Marcello Caetano sucedia ao velho e moribundo ditador na condução dos “destinos patrióticos da Nação”!

No entanto, o séquito bajulador que rodeava Salazar, e numa tentativa de adiar o mais possível a entrada no clube dos órfãos, criou uma realidade paralela, que era alimentada diariamente.

Tal como qualquer produção “Holiudesca”, Salazar era “alimentado” diariamente com noticias que o continuavam a dar como principal protagonista de um País, que de facto já não existia. Foram produzidas edições únicas de jornais, com noticias falsas, noticiários de rádio e reportagens de televisão, tudo para continuar a alimentar o ego masoquista de António Oliveira Salazar e o seu grupo de sanguessugas.

Salazar viveu os seus últimos meses numa realidade paralela.

Era-lhe “vendido” um país que não existia.

O discurso de ontem de Cavaco Silva, fez-me lembrar esta página negra da nossa história.

O actual Chefe de Estado, falou como se fosse ele ainda o responsável máximo do executivo. Fez ameaças e exigências como se dele dependesse o governo da Nação. Compreendo que Cavaco tenha saudades dos anos em que foi primeiro ministro, dos tempo em que uma só palavra sua, fazia cair os mercados bolsistas, dos tempo sem que os portugueses aprenderam que era feio, muito feio, comer Bolo-Rei de boca aberta!

É um facto que devemos elogiar o espirito patriótico e de sacrifício com que esteve na tomada de posse (quase que não se notavam os fios por cima da cabeça que o mantinham em pé), mas à figura máxima do Estado, espera-se que esteja ao nível do cargo que exerce. Espera-se que saiba as diferenças entre o papel de Presidente da Republica e o de Primeiro Ministro.

Nunes Liberato deveria ter-lhe dito isso, pelos vistos esqueceu-se…

Pelo discurso de ontem, Cavaco continua a viver numa realidade paralela.

Que triste fim, para quem à boleia de fazer a rodagem a um carro novo, chegou a primeiro ministro deste País.

 

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24
Nov15

ESPERANÇA

escadas

Do muito que há para dizer no dia de hoje, voltam-me à memória, as imagens que produzi ao longo dos últimos 2 anos.

É com alguma emoção que as revejo e que percebo que não foi em vão, o empenhamento de tantos socialistas, portuguesas e portugueses anónimos que acreditaram ser possível uma mudança.

Não foi fácil, nunca foi fácil!

Com o dia de hoje, dou por terminada uma jornada que começou há mais de dois anos. Olhando para trás, apetece dizer que foi um enorme prazer, ter partilhado esta batalha com tantos e com tão bons amigos. Muitos deles, irão ocupar agora lugares de responsabilidade. Desejo a todos as maiores felicidades e sobretudo sorte…O país espera muito de vós! E como há uma esperança de novo ar, deixo aqui o balanço de dois anos de publicações que hoje, também elas, terminam a sua militância.

Tudo começou com isto:

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Começava a campanha interna para as "diretas" do PS!

 

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E ainda se lembram do apelo insistente à marcação do Congresso?

 

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Até apareceu no Rock In Rio!

 

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e pronto... (faria tudo de novo!)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

06
Nov15

CADA VEZ SABEMOS MENOS

escadas

 

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O eurodeputado Francisco Assis assinou ontem no jornal Público, um artigo de opinião para tentar justificar a realização do tão falado “Jantar da Mealhada”.

Assis, socorre-se do pensamento de Norberto Bobbio, político e filósofo italiano, que na sua época foi considerado um “enfant terrible” do PSI.

Mais do que um “D. Quixote” do racionalismo democrático italiano, Bobbio pode mesmo ser comparado aos libertários do sul da Europa, que com o desfecho da Segunda Grande Guerra, assumiram uma posição de rutura com o poder instituído e consecutivamente com “main stream”.

Contrariamente ao que Bakunin teorizava (1814-1876), estes novos cristãos tinham uma leitura da realidade mais estruturada e mais articulada entre si, quiçá mais burguesa!

 

Francisco Assis tem feito um percurso algo sinuoso, e à falta de um pensamento próprio, socorre-se (e eu quero acreditar que foi ele que escreveu o referido texto/paper) de autores estrangeiros, estes sim, com uma posição segura sobre a sociedade e a forma como os vários campos em confronto a fazem oscilar; Pedro Santana Lopes adotou há muito o mesmo processo!

Ao longo da sua vida, Norberto Bobbio (para quem a ética era um requisito indispensável para uma saudável relação entre a moral e a política) incompatibilizou-se com muita gente, entre eles o próprio líder dos socialistas italianos, Bettino Craxi.

Estiveram de relações cortadas, mas o imperativo nacional e a crise de valores que entretanto se abateu sobre os italianos, levaram o filósofo a reatar a velha amizade (foi um dos seus mais fervorosos apoiantes aquando da sua candidatura a Secretário Geral) e escreveu-lhe uma carta, da qual transcrevo o seguinte parágrafo:

"Nunca fui comunista, como sabes, mas agora que com o ruir do comunismo histórico teria surgido a ocasião propícia para uma grande iniciativa unitária, a pequena polémica quotidiana parece-me absolutamente estéril. Na minha opinião não basta mudar o nome do partido, pôr a unidade no título e aguardar que o filho pródigo retorne à casa paterna. Sem uma grande iniciativa, receio que não vá tornar (…) Mas eu não sou político, sou apenas um observador. Não exprimo propriamente uma opinião e muito menos faço propostas. Limito-me a expressar uma impressão." (12 de novembro de 1990)

 

Francisco Assis socorreu-se de Norberto Bobbio (e eu quero acreditar que foi ele o autor do texto) para dizer aquilo que não sabe expressar nem reconhecer.

No caso presente, deveria ter lido um pouco mais sobre a vida e obra do filósofo italiano, sobretudo a frase que o imortalizou a qual seria bom que Assis teorizasse sobre ela: “CADA VEZ SABEMOS MENOS”

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