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Escadas Rolantes

Na minha terra costuma dizer-se: Quando a merda chega à ventoinha, ficam todos cagados!

Escadas Rolantes

Na minha terra costuma dizer-se: Quando a merda chega à ventoinha, ficam todos cagados!

22
Out15

O REI VAI NU

escadas

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                                                   (normalmente tendo a não respeitar quem não me respeita)

 

Em 1975, Nina Fause protagonizou uma das mais hilariantes histórias que o mundo dos filmes para adultos já produziu. Nina queria a todo o custo engravidar de um homem rico, para que este lhe assegurasse uma vida plena de riquezas. No entanto e após diversas tentativas, descobre que nunca poderá engravidar pelos métodos tradicionais, pois o seu sexo está na garganta (coisas que só se vêem nos filmes porno).

Pelo meio desta aventura, Marilyn (Nina Fause) desdobra-se em encontros escaldantes entre os quais um dos senadores (William Margold) mais conhecidos da altura e que ainda por cima era casado.

A descoberta, já no final do filme de que nunca poderia engravidar, deita por terra (literalmente) todas as ambições da jovem Nina, transportando o espectador para uma realidade inesperada.

 

Este momento “Lauro António”, vem a propósito da comunicação ao País de Cavaco Silva. Confesso que já vi filmes porno mais interessantes, quer no conteúdo, quer na interpretação!

Se era para no dizer que estamos todos “€odi&os”, não era preciso dar-se a tanto trabalho, nem nos fazer esperar tanto tempo; já sabíamos disso há muito tempo.

Do meu ponto de vista a indigitação de Passos Coelho era a solução óbvia e a mais espectável e aquela que representa melhor os desejos da esquerda.

Esta é a altura de Passos Coelho fazer algo que nunca fez durante a campanha eleitoral – APRESENTAR UM PROGRAMA DE GOVERNO!

Esta é a altura de Passos Coelho fazer algo que nunca fez – CONTAS!

Passos Coelho têm contas a ajustar com os portugueses e o melhor sitio para isso acontecer, é na Assembleia da República.

Pedro e Paulo, têm contas a acertar com o destino, e este é o momento desse desafio.

Mas se este é um desígnio evidente, já o discurso de Cavaco Silva não passou de uma mera tentativa de prestidigitação (da má) da realidade portuguesa.

Cavaco mentiu!

Cavaco foi sectário.

Cavaco protagonizou um dos discursos mais fascistas e reaccionários dos últimos 40 anos de democracia.

Sinceramente, já vi filmes porno mais intressantes!

 

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16
Out15

A Chave de Hiram

escadas

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Passavam poucos minutos das 23:00 horas.

Aquela noite do dia 21 de Novembro de 2014, estava a ser particularmente proveitosa. Já tinha lido e relido vezes sem conta a minha Tese de Mestrado que iria defender 3 dias depois. A estratégia estava afinada e, pensava eu, nada poderia acorrer mal, era o culminar de longos meses de investigação, de leituras académicas, de discussões nem sempre pacíficas e de muita perseverança!

O “ruído de fundo” estava como sempre na SIC Notícias, e aqueles foram momentos que jamais esquecerei. Em rodapé, passava a informação: "Sócrates detido no Aeroporto da Portela".

 

À paralisia momentânea, sucedeu-se a perplexidade do momento, e a conclusão lógica de quem acaba de levar um valente murro no estômago – A defesa da tese iria ser adiada, é que há um pormenor que na altura apenas alguns sabiam; o tema da minha investigação era precisamente…JOSÉ SÓCRATES!

As chaves de Hiram, O agendamento dos media e o condicionamento da opinião pública na crise política de 2011” foi o tema escolhido para concluir o meu mestrado em Ciências da Comunicação, Cultura e Tecnologias da Informação. Obviamente que o meu “drama” estava longe, muito longe, do drama que José Sócrates estava a viver naquela altura, mas a minha intenção inicial foi mesmo a de adiar a coisa. Amigos comuns aconselharam-me a não o fazer e vendo bem as coisas, ainda bem que segui em frente.

 

Como militante socialista que sou, segui escrupulosamente as orientações dadas pelo Secretário-Geral do PS, António Costa, relativamente à detenção de José Sócrates.

Durante todo este tempo, nunca me pronunciei sobre o caso; à justiça o que é da justiça, à política o que é da política. Não encontrarão nos meus escritos, nem uma só palavra sobre a detenção mais polémica de sempre ocorrida em Portugal.

Entendi que tal como disse António Costa, se deveria evitar a todo o custo, contaminar a campanha eleitoral (e esse foi desde o inicio a intenção da direita portuguesa como se viu no primeiro debate entre Passos e Costa), com outros assuntos que não os estritamente necessários, e estes eram, claro está, as propostas politicas do Partido Socialista.

Os meus dilates, confinaram-se a um pequeno círculo de amigos!

O guião desta autentica novela mexicana, nunca foi novidade para mim, li e escrevi sobre ela mesmo antes dos acontecimentos ocorrerem.

Era pois óbvio, que passado o acto eleitoral que ditou a vitória da direita, a prisão de Sócrates se tornava completamente desnecessária, seria portanto uma questão de dias. Foi hoje!

Conheço Sócrates há muitos anos, trabalhei com ele, fiz campanha com e por ele!

Tenho por ele uma admiração que poucos compreenderão (às vezes até eu), e como tal permitam-me que me reserve em mais considerações.

Este texto não serve de justificação seja para o que for, não preciso de o fazer, mas agora que podemos todos respirar um pouco mais de ar puro (ou menos poluído), é altura de fazermos todos uma retrospectiva e questionarmos a justiça que alguns teimam fazer em Portugal.

Não foi para isto que muitos portugueses deram a vida.

Não foi para isto!

 

 

06
Out15

FEIRA POPULAR

escadas

 

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Mais de 24 horas após o escrutínio eleitoral, é hora de nos debruçarmos um pouco (não muito) sobre o que de facto aconteceu e sobretudo, porque aconteceu.

A questão que se deve colocar é: Se há um mês António Costa e o Partido Socialista ganhavam tudo e todos, porque é que no Domingo os portugueses votaram maioritariamente e uma vez no PSD/PP?

É obvio que após o facto consumado, todas as teorias são admissíveis e muito se tem dito sobre isso, aliás, Portugal está transformado num covil de “especialistas” de tudo e mais alguma coisa, com especial destaque para os profissionais “opinadores” da política. E não me refiro a pseudo “especialistas” em comunicação política que nas últimas semanas ressuscitaram, já que o ridículo de algumas das suas afirmações, relevam para o domínio das fantasias freudianas.

De repente, toda a gente sabe a razão da derrota do PS, quando se calhar o que devíamos estar a analisar era as razões da vitória. Uma vez mais o enfoque está no Partido Socialista e não na coligação PSD/PP.

Vejamos; para alguns observadores, o PS deveria ter ido “pescar” votos à direita e ao centro, em vez de se ter focado nos votos da esquerda. Mas não foi a esquerda que ganhou estas eleições? Sobram os “outros” portanto… E os outros são quem? Querem convencer-me que os reformados com mais de 70 anos e que votaram PSD/PP são de direita? E os professores que desceram a avenida em protesto (cerca de 100 mil disseram) será que desta vez também votaram em Pedro e Paulo? E que dizer dos funcionários públicos que viram os seus ordenados cortados nestes últimos anos? E os profissionais da restauração? E os que viram os seus filhos emigrarem?

Do meu ponto de vista, a grande responsável pela derrota do Partido Socialista foi a falta de memória.

- dos portugueses, que se esqueceram de tudo aquilo porque passaram nos últimos anos

- dos outros ditos Partidos de esquerda, que não aprenderam com os erros do passado e continuaram a atacar o PS em vez de cerrarem fileiras contra o PSD/PP

- do próprio Partido Socialista, que se esqueceu que era de facto o “agent provocateur” e não o detentor do ónus. E esta foi de facto a rasteira habilmente montada pela campanha da coligação e na qual o PS caiu (a esta distancia é fácil concluir que foi de uma forma quase infantil).

Ao longo das semanas, a discussão centrava-se apenas e só em torno das propostas do PS, tudo o que António Costa dizia e sobretudo o que não dizia, era escrutinado até à exaustão, só faltou dizer que o responsável pela situação do País nos últimos 4 anos era o PS e não de quem de facto governou mal e tenta persistir no erro.

O Partido Socialista esqueceu-se de atacar e passou o tempo todo a defender-se, esta foi a razão principal!

O partido que disputa o poder, não tem que se defender, tem que atacar, sempre, todos os dias, tem que se insurgir, não tem que ripostar, tem que questionar. Não era o programa do PS que estava a ser analisado, mas sim o resultado da governação de 4 anos do PSD/PP!

Feitas as contas, o Partido Socialista obteve menos 200 mil votos (duas manifestações de professores na avenida) que a coligação PSD/PP. Estes, obtiveram aliás, um dos piores resultados eleitorais de sempre, o que não lhes retira no entanto o mérito da vitória.

Entre os outros pequenos movimentos sociais que se posicionam à esquerda do PS, há pelo menos 162.000 votos perdidos. E digo perdidos, porque nem as mamas de Joana Amaral Dias lhe renderam a eleição, nem o pragmatismo ideológico de Rui Tavares serviram de alguma coisa. A direita uma vez agradeceu!

Aliás, se há coisas que retiro destas eleições e desta campanha eleitoral, é que esta gente toda, repito; ESTA GENTE TODA - está completamente dissociada da realidade deste País.

Os portugueses estão-se nas tintas para os debates políticos servidos avulso pelos canais de informação e que mias não servem para ações de auto satisfação sexual dos seus protagonistas. Os portugueses, percebem que esta gente mais não faz do que olhar permanentemente para o seu umbigo, esquecendo-se que o Mundo lá fora muda todos os dias e que a realidade do dia-a-dia, é uma coisa completamente diferente.

 

Face a estes resultados, o que sobra de facto para o PS e António Costa?

Conheço António Costa há muitos anos, nutro por ele uma admiração impar e reconheço nele as qualidades e sobretudo a inteligência para governar Portugal. Dito isto, parece-me que este sobressalto repentino do PCP e do Bloco de Esquerda, como se de repente tivessem percebido que estão orfãos de Pai e Mãe, me parecem apenas desculpas de mau pagador. O primeiro, durante a campanha eleitoral, tentou uma vez mais acertar contas com o destino (entenda-se aqui destino como sendo o Partido Socialista), o segundo, assumindo-se como protagonista de uma demagogia populista impar, esqueceu-se que foi ele próprio que ajudou a derrubar um governo e que a consequência desse acto tresloucado, abriu as portas á eleição do governo mais retrogrado de que há memória no pós 25 de Abril de 1974. Esta esquerda demagogica, que em muito se assemelha ao populismo de Pedro e Portas, tem no Partido Socialista e António Costa a sua tábua de salvação, como se de repente não tivesse existido campanha eleitoral, e ninguém tivesse apelidado o líder e Secretário- geral do PS, com alguns dos impropérios bem típicos desta esquerda trauliteira.

Poder-se-á dizer; ahhhh mas o Bloco até teve mais votos e mais deputados.

É verdade, mas se calhar esta “vitória” é mais demérito do PS do que fruto da excelência de Catarina Martins. Além dos seus lindos olhos verdes (a cor variou conforme os cartazes) alguém me consegue identificar uma, apenas uma medida concreta e de comprovada execução, proposta pelo Bloco?

O PSD/PP não têm uma tarefa fácil.

Os partidos à esquerda do PS também não.

Ambos sabem que terão que viver com o programa de governo apresentado por António Costa, o qual, no rescaldo da noite eleitoral já avisou o que vai submeter à nova assembleia da República. Por um lado, o ónus da governação estará do lado do PSD/PP, mas por outro, o PCP e o BE, terão que se entender e aceitar se votam favoravelmente ou não as propostas do partido Socialista.

 

Percebe-se agora o significado do palavrão “Partido Charneira”

 

P.S. Não referi neste longo texto reflexivo, a triste figura que alguns dirigentes nacionais do Partido Socialista estão a fazer. Para alguns, este autêntico “Sindroma do vestiário” reflete apenas traumas de infância e sintomas de abandono parental, para outros, trata-se apena de um comportamento meramente freudiano, normalmente designado por “Penis envy”. Como ambos os casos, fogem ao foro da política pura e dura, recuso-me a tecer qualquer comentário sobre os seus comportametos.

 

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