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Escadas Rolantes

Na minha terra costuma dizer-se: Quando a merda chega à ventoinha, ficam todos cagados!

Escadas Rolantes

Na minha terra costuma dizer-se: Quando a merda chega à ventoinha, ficam todos cagados!

13
Fev14

OS DIAS DA TELEFONIA

escadas

 

 

 

Que memórias é que eu guardo da radio?

As primeiras talvez sejam do tempo em que a rádio ainda se chamava telefonia!

Quando ia para a cama com o pequeno “transístor” vermelho do meu pai debaixo da almofada, para ouvir o relato do jogo de hóquei em patins da selecção nacional.

Ou quando íamos para o Algarve a parávamos a  meio caminho para a minha Mãe ouvir a radionovela “Simplesmente Maria”

Ou a chegada da etapa da Volta a Portugal em Bicicleta e vibrar com mais uma vitória de Joaquim Agostinho

 

A rádio começou a fazer parte da minha vida desde muito cedo. Ainda recordo o dia, a hora, o minuto exacto em que decidi fazer dela, a minha vida.

Foi numa noite quente de Verão. Estava no Alentejo e naquela noite decidimos ir até à Amareleja, havia festa! Fomos cinco num carro e às tantas demos por nós a discutir sobre o futuro. A minha vida profissional na altura era bem diferente (passada entre Cabarets e Casinos) e para os restantes elementos do grupo, era obvio que a minha vida estava decidida. Para mim não. Cigarro após cigarro, cada um ia elencando aquilo que gostaria de fazer no futuro, quase que um “O que eu quero ser quando for grande…” o rádio do carro estava sintonizado na Antena1 e aquela hora passava um programada chamado “Separata Especial de Sábado” apresentado por Hermenegildo Gomes, apenas um dos melhores profissionais de rádio que conheci.

Ao ouvir aquela voz, não tive duvida nenhuma e quando chegou a minha vez, disse com ar de que tinha a certeza do que iria acontecer: “Eu quero fazer o que este gajo faz – eu quero fazer isto, eu quero ser assim!

Foi assim que tudo começou. Pelo meio, experiencias que dão para alimentar uma vida inteira.

Desde as prostitutas que conheci nas leitarias do Cais do Sodré, quando subia à noite a Rua do Alecrim a caminho da Radio Renascença, onde durante 3 meses estagiei na “Estação de Serviço”

Ou o dia em que Jaime Fernandes me fez chorar de alegria… estávamos no Hotel Estoril Sol e eu tinha ido buscar o Rod Stewart à suite (estava atrasado…)

Ou ainda, a minha noite mais longa, quando decidi aterrar um OVNI às 5 da manhã no alto do Parque Eduardo VII…a reportagem que fiz na Avenida Liberdade sob a batuta do grande Paulo Fernando, a emissão de Natal na Antena1, as idas a S. Marçal com a Silvia para gravar o “Top Disco e Daquilo”, o primeiro concerto que gravei dos Xutos no pavilhão dos Belenenses (cuja cassete pirata apareceu à venda na feira do relógio), o primeiro dia na TSF (ou talvez o dia em que o Sena e o Rangel me telefonaram a convidar), e… claro a noite em que a silenciaram, era véspera de Natal!

Foi na rádio que fiz a minha segunda família, a mais numerosa, também a mais conflituosa… Muitos já desapareceram, não os menciono, porque no meu intimo, eles continuam aqui mesmo ao meu lado, a carregarem no botão!

Dos outros…os que se calhar estão a ler estas linhas, vai o meu reconhecimento e gratidão, por me terem ajudado a chegar até aqui e sobretudo por continuarem a partilhar o segredo desta magia.

Obrigado.

 

01
Fev14

A Assinatura de Seguro

escadas

 

 

Não acredito que haja um único socialista que deseje a derrota do Partido nas próximas eleições para o Parlamento Europeu.

Eu não o desejo e tudo farei para o evitar.

É isso que aqui estou a fazer.

A exercer o meu direito à indignação.

A criticar.

Ouvi, como a maior parte dos socialistas, as declarações de António José Seguro sobre a honestidade dos últimos 4 governos, entre os quais se incluem, claro está, os do Partido Socialista.

Meditei, tal como a maior parte dos portugueses, eleitores ou não do PS, sobre a razão que teria levado António José Seguro a proferir de uma forma tão acutilante (e oportuna????) tal afirmação.

Há cerca de dois anos, escrevi aqui que um Partido que não preserva a sua memória, é um partido sem futuro. E a memória, neste caso é fundamental.

Não era António José Seguro, deputado do PS na Assembleia da Republica?

Não votou António José Seguro ao lado dos restantes camaradas de bancada, todas a leis e iniciativas legislativas que ditaram a lei e que no fundo foram a génese da governação socialista?

Invocar um futuro, seja ele qual for, de uma forma perfeitamente avulsa, sem nada para oferecer, e ainda por cima obliterando de uma forma leviana o seu passado é demagogia pura e esse é o terreno da direita mais populista. Ainda hoje ouvi Paulo Portas, a discursar no Congresso do PP espanhol e a dizer que os socialistas são muito bons é a gastar dinheiro, mas depois têm que ser “eles”, entenda-se os Populares” a remediar tudo que de mal nós fizemos.

Por certo que Portas se estava a referir à compra dos submarinos, os quais como toda a gente sabe foi obra de um governo socialista!!

 

Mas voltemos ao Secretário-geral do PS.

 

Este tipo de afirmações, em nada dignificam o trabalho e a história do PS. É certo que no passado fizemos coisas menos bem feitas. Na política só não erra que nada faz, mas também é certo que fizemos muita coisa bem feita, da qual só temos que nos orgulhar.

Esquecer esse património histórico, é hipotecar o futuro de todo nós, é esquecer o trabalho e a militância de todos aqueles, socialistas ou apenas simpatizantes, que deram parte das suas vidas em prol de um ideal, de um bem comum.

Este é um património, que ninguém tem o direito de fazer esquecer!

 

Dito isto, transcrevo na íntegra, um texto que o meu amigo e camarada Pedro Reis hoje publicou no Facebook e que vai ao encontro de tudo aquilo que penso.

 

A ASSINATURA DE ANTÓNIO JOSÉ SEGURO  

As afirmações de António José Seguro no jantar-debate no Porto são o espelho daquilo que tem sido a sua liderança. Julgo que, no entanto, desta vez ultrapassou todas as marcas. O líder do PS e alguns rapazes que gravitam à sua volta, herdaram um Partido com uma História, que teve momentos bons e momentos menos bons, mas que foi decisivo na instauração do regime democrático em Portugal. Das suas fileiras, saíram dois Presidentes da República, três primeiros-ministros, dois presidentes de Governos Regionais, dezenas de outros membros de vários Governos, centenas de presidentes de Câmara, milhares de presidentes de Juntas de Freguesia, vereadores e vogais das autarquias.

Não vale tudo para chegar ao poder. O PS não está hoje tão forte quanto poderia, por estar a pagar o facto de ter história. Está mais fraco porque a sua liderança não conseguiu, ainda, convencer os portugueses de que é uma alternativa real ao PSD. António José Seguro parece não compreender que, grande parte do capital político que tem, advém de ser líder do Partido Socialista e do facto de o seu partido, porque tem história, ainda ter credibilidade junto dos portugueses. E de nada adianta dizer, como disse nesse jantar-debate no Porto, que coloca a sua assinatura por baixo das promessas que faz. Um cheque pode ter a assinatura certa, se não tiver fundos para o pagar, será devolvido. Esses fundos, em política, são a história por detrás dos partidos, as suas propostas e a credibilidade dos seus dirigentes. Tão simples quanto isso.

A história permite-nos ter a noção do que somos e funciona como uma espécie de cofre das nossas memórias. A actual direcção do PS parece não ter consciência disso. Ou acha que, nesta fase difícil que o País atravessa, dá jeito que assim seja. O PS sempre foi um partido plural e sempre soube viver e conviver com oposições internas à sua liderança. Mário Soares governou o PS com uma oposição bem organizada e que representava um terço do Partido. Actualmente, convive-se mal com factos que são normais em qualquer partido democrático. Não me esqueço, na noite em que se noticiava que António Costa ia avançar para a liderança do PS, o espectáculo dado por dirigentes nacionais, culminando com o seu porta-voz, de cujo nome não me recordo, a acusar o presidente da Câmara Municipal de Lisboa de ser traidor e estar a espetar uma faca nas costas do líder. Não memorizei o seu nome, mas não me esqueci das suas palavras, pelo que elas representavam de retrocesso em relação ao partido que hoje dirigem. Nessa noite, sentado num sofá da minha casa em Luanda, percebi, pela televisão, que uma nova mentalidade começava a instalar-se no partido de que fui militante tantos anos.

Há dias desloquei-me à Fundação Mário Soares para assistir a uma homenagem prestada a um ex-dirigente do PS, Jorge Campinos. A direcção do PS não se fez representar nem fez o que é costume neste tipo de iniciativas, enviando uma mensagem. Provavelmente, ninguém da actual direcção sabe quem foi Jorge Campinos e o que representou para o PS e para o País, mas podiam ter pedido a alguém mais antigo que lhes escrevesse a mensagem. É esta falta de cultura acerca do seu próprio partido que me entristece. Se estivessem na cerimónia, teriam visto Mário Soares e Manuel Alegre, juntos, a falarem sobre a vida de Campinos, de quem foram camaradas e amigos. Toda a gente assistiu, em tempos recentes, à luta política entre Mário Soares e Manuel Alegre. Saber que mantêm, hoje, a sua amizade de sempre, deveria dar que pensar aos actuais dirigentes do PS. Há solidariedades que não se quebram. Vir agora acusar dirigentes anteriores, não dignifica nem enobrece. Pelo contrário, acentua a menoridade de carácter e dá trunfos àqueles que deveriam combater. E não é isso que os portugueses esperam do Partido Socialista, e não é assim que a assinatura do seu líder passará a dar credibilidade às promessas eleitorais.”

 

 

 

 

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