A Casa dos Degredos
Uma sociedade avalia-se pela qualidade da sua programação televisiva!
Não sei se esta “máxima” é de algum teórico conhecido, mas vale a pena fazer “zapping” à volta deste conceito.
É verdade que cada país tem a TVI que merece, os Argentinos e Mexicanos por exemplo, conseguem passar um dia inteiro, em frente ao televisor (ou pantalla) a vibrar com os enredos das suas telenovelas preferidas. Basta analisar, mesmo que superficialmente, a vida deste dois países para perceber que as telenovelas, são o seu modo de vida!
Os americanos não vivem sem os seus enlatados, séries de 40 minutos entaladas entre ecrãs de publicidade de 10 em 10 minutos!
Nestas autênticas imitações de “Atum Bom Petisco”, a América está sistematicamente a salvar o Mundo e a loira acaba sempre por se apaixonar platonicamente por outro actor, sendo que esta relação vive sempre no fio da navalha, sem nunca se concretizar. Querem uma melhor metáfora sobre a sociedade americana do que esta???
Exemplos há muitos e não queria alongar-me muitos sobre isso, mas quero aqui deixar uma história, já com muitos anos, que nos leva aos tempos em que Samora Machel era Presidente da República Popular de Moçambique.
Contava-se, que Samora Machel teria visitado a União Soviética (sim já houve um país que se chamava assim) e que durante essa visita oficial, foi confrontado com uma “Roleta Russa”. Espantado com todo o aparato, perguntou como é que aquilo funcionava, ao que lhe terão dito, que o “jogo” consistia no duelo entre dois homens, que sentados em frente um do outro, disparavam alternadamente um revolver à cabeça. O risco da “coisa” consistia em começar o jogo com apenas uma bala no tambor da pistola e depois ir introduzindo mais balas, até que inevitavelmente um dos “jogadores” acaba por morrer. Michael Cimino retrata isto tudo de uma forma sublime no filme “O Caçador – The Deer Hunter”
Reza a “história” que Samora Machel teria ficado muito impressionado, com tudo quilo que viu e tratou de fazer algo semelhante, aquando da visita do seu homologo soviético Leonid Brejnev, a qual aconteceria daí a uns meses.
A coisa foi preparada e logo no primeiro dia, levaram Brejnev a uma sala quadrada sem janelas e sem iluminação, onde estavam cerca de 10 jovens moçambicanas sentadas no chão.
O Presidente russo ficou muito admirado com todo aquele aparato e ao questionar o presidente moçambicano, sobre a orgânica da “coisa”, este respondeu-lhe:
Senhor presidente, isto que está aqui a ver, é a Roleta Moçambicana. Todas as mulheres fazem sexo oral, mas só uma delas é que é canibal!
Como se vê enveredar por cópias é muito perigoso.
Para se copiar, tem que se copiar MUITO BEM!
Mas esta alegoria, serve para introduzir (e aqui este termos deverá ser entendido em todos os sentidos) o verdadeiro tema deste texto, a nossa programação televisiva.
As ideias estão lá, mas a operacionalidade está toda errada, se não vejamos.
Mário Crespo, está definitivamente fora de naipe. Já há muito se percebeu que ele estaria bem era como apresentador da “Casa dos Segredos”.
Por outro lado, Teresa Guilherme, deveria estar a apresentar na SIC, aquele programa de Gordos que sinceramente não me lembro do nome. A edição diária do programa, com o resumo dos melhores momentos, seria feita por Margarida Rebelo Pinto, a qual, como se sabe tem um apreço muito especial, por mulheres, como direi…um pouco mais redondas!
E que dizer daquele programa fantástico, apresentado por aquela senhora mexicana chamada Maia? É óbvio que está errado. Começa logo pelo nome. Um povo, uma civilização que não acerta na data do fim do mundo, não tem crédito nenhum. E posto isto, ainda se põe a adivinhar o futuro dos espectadores, com cartas????
Não senhor. Este programa foi feito de encomenda para o Professor Marcelo Rebelo de Sousa. Ninguém melhor do que ele, para todos os dias de manhã, altura em que tem menos catarro na garganta, se propor a adivinhar o futuro dos espectadores através da leitura de… livros e não cartas. Cartas, é terceiro-mundista, cheira a batota, decadência, livros é civilização ocidental, significa cultura e modernidade.
E depois temos o caso do Dr. Paulo Portas e do Dr. Passos Coelho, os quais como já se percebeu, estão no lugar errado, foi de facto um erro de casting!
Não estão em causa as suas capacidades, mas vendo bem as coisas, onde eles ficavam bem, era a apresentar o programa da TVI “ A Bela e o Monstro” e porquê??? Bem… sempre ouvi dizer que uma cabeleira loira faz milagres!!
Finalmente, uma ideia, que deixo aqui, para quem quiser aproveitar. É uma ideia que ando aqui a burilar, há uma série de tempo.
A ideia é esta.
Colocamos os membros todos deste executivo, dentro do Palácio de S. Bento durante 3 meses. Os seus passos, são vigiados pelos eleitores 24 horas por dia, através de câmaras de tv que são colocadas estrategicamente em todas as salas (menos nas casas de banho claro) e depois todas as semanas, a malta telefona para um número de valor acrescentado, para expulsarmos um deles.
O último a sair ganha um bilhete de ida para Estrasburgo!
O programa chama-se “A Casa dos Degredos” e é claramente uma aposta vencedora, pois se tivermos em conta o dinheiro que se recebe com as chamadas telefónicas, pagamos rapidamente a dívida que temos à Troika!!!
Genial não acham?
Como se vê, qualquer um de nós pode ser um Eduardo Cintra Torres!